– Pai?
– Agora não, tenho muito o que fazer!
– Estou com fome.
– Você não deveria estar aqui, por favor saia agora!
– O que você está fazendo?
– Já disse tenho muito o que fazer, eu não preciso de você aqui!
– Pai, a minha barriga ainda dói.
– Filho, eu não posso fazer nada, o que você quer que eu faça?
– Brinca comigo, faz tempo que você não brinca comigo.
– Já disse, não tem nada que eu possa fazer, por favor não fale mais nada!
A criança se afasta, encosta num canto, olha para o chão, fica imóvel.
As horas passam e ela não se mexe, fica lá, ela e o chão.
– Pai, brinca comigo?
– Filho eu não posso! Já te disse, você precisa entender!
A criança continua lá, e o chão também.
De repente uma lágrima corre um rosto, uma mão toca um ombro, uma cabeça se levanta e cruza um olhar.
– Filho, o que estou fazendo é importante, você precisa entender.
– Pai, brinca comigo?
O pai cruza a sala abre a porta da rua, olha para o seu filho, nada precisa ser dito, a criança se levanta e sai caminhando na noite.
– Não tem mais brincadeiras?
– Não
O som é seco e frio, ele não pisca e o filho sai. Roberto volta para a mesa do escritório e começa a trabalhar.
Algumas horas depois sua esposa aparece na sala.
– Roberto, você ainda trabalhando?
– Sim.
– É sempre assim, dia após dia, até quando vai durar? O passado não volta, ele morre quando passamos por ele.
– Não morre, não pode morrer, morrer é esquecer, não podemos, não devemos.
Roberto se levanta, olha para a janela e vê seu filho, sentado na noite. Ele, o chão e a chuva que começa a cair.
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