Desconstruindo

Quando acordou estava sem as pernas. Não lembrava do que tinha acontecido. O quarto aos poucos começou a tomar forma, o que quer que tinham dado par ele estava perdendo o seu efeito.  Sua mente procurava lugares comuns, pistas do que teria acontecido.

Um cheiro podre começou a dominar o ambiente, era ele. Uma mesa com comida estava longe demais para alguém em sua condição. A janela estava aberta, o frio invadia a sala, foi quando se deu conta que além de suas pernas, levaram também suas roupas. Misturado entre bandagens ensanguentadas e o que sobrou de sua cueca, seu corpo tremia como um cachorro molhado, largado sem pelos no meio da neve.

Fome, a palavra gritava em sua mente.  Fome. A comida distante demais era sua única alternativa de sobrevivência. Fome! Ele precisava fazer alguma coisa, mesmo naquele estado ele precisava, fazer, alguma, coisa. Fome!

Num impulso mais de loucura que qualquer outra coisa, ele se joga ao chão. O que sobrou de seu corpo é agora mais um peso morto que um instrumento de locomoção. Este peso morto gritava uma única palavra. Fome!

O chão era velho, cheio de farpas, elas entravam nas bandagens e também na carne. Fome! Ele nunca sentira nada assim antes. O que fizeram comigo? Aquela ansiedade, aquela fúria interna, parecia ainda estar sob o domínio de alguma substância. Depois de algum tempo se arrastou para perto da mesa. Precisava subir, estava baixo demais, parecia uma criança tentando pegar um doce distante. Usou seu peso para virar a mesa. Quando conseguiu, a porta se abriu.

Um homem, vestido com roupas de cirurgião, tinha sangue em seu avental. Seu sangue!

Ele caminha até o pedaço de gente que está jogado no chão. O leva para longe da comida. Pela primeira vez o desespero invade o seu corpo. O cirurgião o coloca de volta na cama. Nesta hora decide falar:

– Bom dia, Monsieur Poirot.

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