A Revolução dos bichos – George Orwell

A Revolução dos bichos de Orwell é um dos seus livros mais famosos. O escritor nunca escondeu seu repúdio ao comunismo, principalmente ao que acontecia na antiga União Soviética.

Animal Farm, o título original do livro, é uma crítica declarada aos regimes totalitários.

No livro os animais se revoltam contra o Sr. Jones, que inicialmente lidera os animais. Por ser avarento e cruel causa uma revolta entre os bichos que se unem contra o tirano, que por vezes os deixam passando fome.

Este é um motivo real para uma revolução: uma situação insustentável que une os diferentes em uma única causa.

É aqui que começa a genialidade da obra, que por parecer simples, se torna profunda em uma segunda leitura.

Todo movimento de massa sempre se torna forte quando o objetivo é comum. Vide os fora todos os presidentes que já sentaram na cadeira do planalto.

Dois realmente caíram.

O segundo ponto do livro é quem assume a liderança desta revolta, aqui é onde o perigo começa a tomar forma, cara e o que é pior: uma ideia.

Esta ideia acaba por se tornar uma verdade indiscutível, uma bandeira com a cara de todos, a panaceia social. A solução.

Em “A revolução dos bichos” esta função foi dada aos porcos, por serem mais inteligentes. É claro que eles assumem esta responsabilidade e conseguem expulsar o Sr. Jones.

Logo definem as regras da nova sociedade. Como o Sr. Jones anda em dois pés, esta fica sendo a primeira grande proibição: quatro patas bom, duas patas ruim.

Mais uma vez, a teoria das massas, crie um lema que define amplamente uma ideia.

 

A virada da mesa

Quando os líderes da revolução sentam no trono, as coisas começam a ficar estranhamente familiares. Há sempre um idealista que tenta manter a gênese do movimento intocada.

Em “A revolução dos bichos”, quem assumiu esta postura foi o Bola de Neve, que acredita no sonho de Major, o porco mestre que encabeça a revolução e morre logo no início da trama. Uma espécie de Guevara.

Mas em uma conquista do poder, há sempre uma divisão de opiniões e lados começam a se formar. Nesta hora surge um líder no piro sentido da palavra.

Este líder não tem idealismos, tem somente a fome pelo poder. Aqui vemos a representação do que há de mais podre em qualquer regime, seja ele capitalista ou socialista: O líder que não tem limites nem caráter.

Ele é representado por Napoleão, que é fielmente seguido por seu fiel amigo o Garganta. Esta parte pode-se associar Napoleão a líderes como Hitler, Mussolini e até Donald Trump. É claro que a grande maioria dos políticos brasileiros, infelizmente.

E o Garganta, pelo nome fica claro que é a imprensa, a grande criadora de tiranos.

 

Portanto…

O livro é cheio de metáforas, e o conteúdo parece meio profético. Mas o que acontece é que estes são fatos que escrevem a história deste que os humanos saíram das árvores e começaram a se organizar em sociedade.

Podemos pensar que hoje com a internet, as coisas talvez mudem, a informação não pode ser tão controlada como acontecia antigamente.

Ledo engano meus amigos. Em outro livro, também de Orwell, e já mencionado aqui na Kbook, 1984, vemos uma sociedade onde a comunicação invade nossas casas e que controla até o que pensamos.

A sociedade é um organismo vivo, devora os fracos e corrompe os fortes. É uma ameaça constante a qualquer tipo de liberdade.

O que “A Revolução dos bichos” ensina é em não acreditar cegamente nos líderes, ou morreremos como Sansão, que apesar de forte, foi usado até o seu último suspiro para os interesses de quem não tinha regras para jogar.

Ficar alerta, se informar e acima de tudo, não se corromper ou acreditar cegamente em qualquer líder. Este é o único caminho que temos uma sociedade livre dos porcos.

Leia o livro, ele está disponível aqui é só clicar. Tire suas conclusões e da próxima vez que vir um textão no facebook ou um fora seja lá quem for, se informe, procure as informações corretas.

Esta vida online está se desenhando em cima de falácias, onde acusar é mais fácil que provar, onde uma mentira dita de forma rápida é mais importante que o fato real.

Lembrem-se: este mundo conectado está cheio de porcos.

Boa leitura.

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