Incidente em antares – Érico Verissimo

Incidente em Antares trata de um fato estranho que aconteceu em uma cidade onde a elite política mantinha o controle do poder por décadas. Até que as coisas começaram a mudar e esta elite se viu envolvida em uma luta contra os comunistas que queriam acabar com os privilégios dos poderosos.

A história é dividida em duas partes, a primeira a relação tumultuosa entre políticos e proletariados e comunistas, a segunda começa com uma greve de coveiros.

Em uma quarta-feira em 11 de dezembro de 1963, sete pessoas morrem; o patriarca da cidade, um sapateiro anarquista, um advogado, um pacifista, um bêbado, um pianista e uma prostituta.

E como os coveiros estão em greve, ninguém é enterrado, nem o patriarca, que tem o seu enterro impedido por conta da situação política.

Os mortos sem cova, injuriados com a situação de não-enterrados, levantam-se de seus caixões e saem pela cidade vagando, a procura de uma forma de conseguirem seu descanso eterno.

E como a morte iguala a todos, seja rico ou pobre, feio ou bonito, inteligente e nem tanto, eles terminam por resolver em morte, as diferenças da vida, tudo em prol de uma necessidade em comum.

Na sexta-feira 13, eles convocam a população para dar um ponto final em toda a trama. A solução que encontram é começar a contar os podres de todo mundo, políticos, familiares, amigos e inimigos, ninguém escapa.

Como estão mortos, não podem ser julgados, presos, incriminados ou assassinados, já que não existe pena pior que a morte, um limite que eles já passaram.

 

Resumo da ópera.

O livro foi escrito em 1971, em plena ditadura militar, aqui Verissimo consegue de uma forma inteligente criticar a todos, direita e esquerda, põe o dedo na ferida das ideologias, e descobre no final, que todos um dia vamos morrer, seja rico, seja pobre, poderoso ou prostituta.

As ideias que as vezes defendemos, não valem a nossa morte. No regime militar ambos os lados tiveram baixas, é claro que os militares se incumbiram de pender esta balança em favor deles e muita gente morreu perdida em prisões e covas sem nome.

Esta não era só uma situação do Brasil, toda a américa latina estava envolta em um mar de sangue e certezas, certezas de que poderia se matar em nome de um ideal.

No final do livro as pessoas vão aos poucos se esquecendo do tal incidente, de que os mortos se levantaram e livres das condições da vida, puderam dizer a verdade.

 

E a vida continua…

Hoje, décadas após o fim da ditadura, não teríamos esquecido, como os cidadãos de antares, dos nossos mortos?

A lava a jato mostrou que depois que os militares se foram, uma elite se encarregou de tomar as rédeas do poder, e faz de tudo para se manter lá.

Esta elite é maior que as ideologias, partidos, todos sem exceção, estão lá para satisfazer um único interesse, o bem próprio.

Será que depois deste levante dos mortos delatores premiados do presente, quando tudo isto terminar, vamos apenas esquecer tudo, e tocar a vida como se nada tivesse acontecido?

Me digam vocês.

Abaixo o livro incidente em Antares. Baixe, leia e pense.

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