Feliz Ano Novo – Rubem Fonseca

Antes que baixe este livro, é preciso saber: “Feliz Ano Novo” de Rubem Fonseca não é um livro otimista, daqueles que se espera ler na virada do ano.

Aqueles livros com mensagens doces e de esperança.

Publicado e 1975, o livro reúne contos que retratam a realidade nua e crua da sociedade brasileira. Lançado em pleno regime militar, a obra foi censurada, como tantas outras, não por trazer conteúdo subversivo (termo comum à época), mas por ser violento, por trazer palavrões e por colocar no mesmo tacho, ricos e pobres, todos loucos e consumido por desejos fúteis.

O primeiro conto, que dá o nome ao livro, fala de dois ladrões que decidem assaltam a casa de um “bacana” em pelo réveillon. Conseguem, e como diriam hoje em dia, tocam o terro.

No segundo conto, “Passeio Noturno”, um pai de família chega em casa depois de um dia de trabalho e decide sair para passear, enquanto aguarda o jantar. Neste passeio atropela e mata uma moça. Volta para casa mais calmo como se nada tivesse acontecido. Sente até uma euforia com o ocorrido.

Em “O Pedido”, Amadeu, um português viúvo e já adoentado, resolve pedir dinheiro emprestado a seu amigo Joaquim, dono de um depósito. Joaquim, com quem não falava há anos acha o pedido um abuso.

Joaquim pergunta sobre o filho de Amadeu, ele carrega uma inveja pelo fato do filho de seu amigo ser uma pessoa bem-sucedida enquanto o seu filho é um vagabundo.

Amadeu diz que seu filho morreu e ele não tem mais a quem pedir tal favor, comovido Joaquim cede.

Agradecido Amadeu tenta ser agradável, e pergunta como vai o filho de Joaquim. Este toma a pergunta como um insulto, pois ele sabia que seu filho era um vagabundo. Amadeu, triste, se levanta e vai embora, com dificuldades. Joaquim, envergonhado e com lágrimas escorrendo pelos olhos, corre para alcançar Amadeu, mas este já havia ido embora.

Os contos são narrados em primeira pessoa, o que dá a cada conto um ritmo diferente. No entanto todos são cruéis.

Realidade nua e crua

Por trás destas histórias, Rubem Fonseca faz uma crítica à sociedade, que valoriza o consumismo e o individualismo.

Foi publicado em 1975, mas poderia muito bem se adequar aos dias de hoje.

Personagens que são limítrofes e opostos montam uma sociedade doente.

Uma reflexão para os anos que seguem: até quando o fútil e o supérfluo vão ter espaço em destaque em nossas vidas.

É uma leitura pesada para o réveillon, mas 2017 está apenas começando.

Feliz Ano Novo.

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