A Casa das Belas Adormecidas – Yasunari Kawabata

“A Casa das Belas Adormecidas” é um dos grandes clássicos da literatura mundial. Neste romance japonês, um senhor – Eguchi – de 67 anos descobre uma casa onde velhos vão para olhar e tocar (com limites) meninas virgens que são drogadas e não sabem o que acontece durante “a visita” destes velhos.

A maioria, ao contrário de Eguchi, já é impotente, estão à beira da morte ou simplesmente falidos como seres humanos.

Eguchi tem consciência de que um dia também ficará impotente e será mais um entre outros. Vira frequentador assíduo da casa, e olha nos corpos novos das meninas, o reflexo de seu fim.

Yasunari Kawabata conseguiu expressar com muita delicadeza um tema difícil que é a busca da felicidade após a perda da juventude, mesmo quando esta busca é feita através de um ardil que hoje certamente não seria visto com bons olhos.

De fato, nem à época em que foi escrito isto foi visto com bons olhos, foi publicado em 1961. A atividade era ilegal, a casa onde aconteciam os encontros não fazia menção alguma ao que ocorria lá dentro. A senhora que o recebia podia ser a dona ou só uma funcionária.

Este pequeno romance, que inspirou Garcia Marques em “Memórias das minhas putas tristes”, que fala da impossível história de amor entre um velho e uma jovem prostituta, trata do fim, da morte, do encontro inevitável com a solidão, mas fala também do corpo velho que ainda carrega consigo a vontade do amor.

Todos que vão à casa são doentes, doentes da vida. Homens que não conquistam mais, que não conseguem ficar com ninguém que realmente esteja lá.

Há perversão, certamente. Mas a abordagem trata do tema, da situação, com extrema delicadeza.

O livro incomoda, ainda mais que você ao ler, será levado a ver pelos olhos de Eguchi.

Yasunari Kawabata

Yasunari Kawabata nasceu na cidade de Osaka em 11 de junho de 1899. Foi o primeiro de seu país a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura.

Filho de um médico ficou órfão quando tinha quatro anos. Criado pelos seus aos paternos, tinha uma irmã mais velha que foi criada por uma tia. Ele só foi conhecer sua irmã anos mais tarde, quando ele tinha dez anos de idade. Sua irmã faleceu no ano seguinte.

Sua vida foi marcada por diversas tragédias, além de perder seus pais, sua irmã, com sete anos perdeu sua avó e com catorze seu avô.

Com a perda de todos os seus parentes mais próximos, foi viver com a família de sua mãe, os Kurodas.

Matriculou-se em um internato próximo da escola de ensino secundário. Durante o tempo em que frequentava o liceu cientifico, decidiu se tornar escritor após escrever alguns contos.

Ao receber o Nobel de Literatura de 1968, em seu discurso condenou o suicídio, lembrando vários amigos escritores que haviam morrido dessa forma. Em 1972, porém, em meio a um surto depressivo suicidou-se, em Zushi, perto de Yokohama.

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