Domingo no parque e Pokestops

Altos, baixos, gordos, magros. Altos gordos, gordos baixos. Esquisitos e ainda mais esquisitos. Velhos, não velhos. Jovens e os que fingem ser. Todos se encontram em algo chamado “Pokestops”, que é um tipo de reunião daqueles vários monstrinhos virtuais, objeto de desejo dos caçadores de Pokémon. São diversas espécies de monstrinhos que quase competem em diversidade com os seres que os seguem na vida real.

Estou no parque do Ibirapuera, perto do planetário, no meio de uma centena de pessoas. Todos com celulares, menos eu. Carrego um note book, não o eletrônico, é somente um caderno de notas, daí o nome note book, mas isto é história, este nome já não faz mais sentido, devo ser o único que ainda usa isto.

Prefiro o caderninho, não usa internet e me mantém longe dos mosquitos, visto que me deixa mais em contato com a realidade que os “devices” que proliferam nas mãos deste povo. Mesmo com centenas de mosquitos rodeando a todos, eles não se mexem, minto, só mexem o dedo para capturar mais um monstrinho.

Aproveito minha vantagem de estar na realidade e começo a observar as pessoas. Há uma menina com olhos lindos, vidrados no seu celular. O seu olhar não é dos modelinhos de comerciais, mas ele brilha como se estivesse vindo de um grande sorriso, talvez algum Pokémon raro.

Sigo para longe dos mosquitos.

Eles realmente estão me incomodando, deixo a massa humana atraída por uma nuvem virtual ser comida em paz pelos mosquitos.

Mais adiante um grafiteiro pinta sua arte no banheiro dos meninos, compartilhando com todos o cheiro ocre e até desagradável do seu spray, lá não tem mosquitos.

Vou para o MAM, lá tem uma lanchonete/restaurante, que não tem tanto movimento assim, penso eu.

Quando chego, garçonetes correm como formigas tentando vencer os pedidos, mais um pokestop, há humanos e monstrinhos por toda parte, eles estão vencendo as garçonetes-formigas, coitadas nunca tiveram chance.

Faço um pedido, que se perde na confusão da moça do caixa, uma fila interminável e uma reclamação, dela:

– Odeio estes Pokémons!

O meu pedido sai tarde, decido almoçar em outro lugar. Na saída mais um amontoado de gente, outro pokestop?

Viro o rosto e vejo a Bruna Lombardi! Ela está lançando um livro, deveria estar na Bienal, penso eu. Mas ela escolheu os pokestop, esperta.

Olho para ela com um olhar idiota de “te conheço! ”. Ela me ignora com uma cara de “Se eu não olhar ele vai embora”. Ela tem razão e sigo meu caminho.

 

Ao longe um latido rivaliza com o som das rodas dos skates, patins e outras coisas inventadas por este povo, que é São Paulo, que é o parque, que é domingo, que é um dia de descanso.

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